NOTA DE IMPRENSA DA ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA SOBRE O DIA MUNDIAL DA CONTRACEPÇÃO
27/09/2011 at 8:22 am Deixe um comentário
26 de Setembro 2011
Comemora-se hoje em todo o mundo o Dia Mundial da Contracepção. A
invenção e divulgação dos métodos contraceptivos representam uma conquista para
a humanidade, para a vida das mulheres e homens, dos casais, dos adultos e dos
jovens.
A contracepção permite planear o momento de uma gravidez e o número de
filhos que se deseja. A contracepção permite viver a sexualidade sem o medo de
uma gravidez indesejada. Os métodos contraceptivos de barreira são também um
importante meio de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis.
Desta forma, a contracepção é um dos instrumentos de que nos servimos,
para planear as nossas vidas e as nossas famílias, e para promover a nossa
saúde física e mental.
Em Portugal, assistimos a grandes progressos nas últimas décadas. Os
dados de 2007 revelaram que cerca de 87% das mulheres e homens que precisam de
contracepção, usam efectivamente a contracepção.
Destes, a grande maioria usa métodos modernos e seguros.
Estes progressos deveram-se à legislação e políticas seguidas e que
foram implementadas por muitos milhares de profissionais de saúde, nomeadamente
do Serviço Nacional de Saúde.
No entanto:
• Cerca de 13% não usa nenhum método contraceptivo
• Existem muitas falhas no uso da contracepção por esquecimento, uso
descontínuo, interacções medicamentosas ou deficiente adesão ao método usado
• A gravidez e a maternidade precoces continuam a ser problemas
significativos entre os jovens portugueses
•O envolvimento masculino na contracepção é muito baixo
• Devido a mitos e falta de informação, são ainda pouco usados os
métodos de longa duração.
Pode-se e deve-se melhorar a situação da saúde sexual e reprodutiva em
Portugal.
Neste Dia Mundial da Contracepção de 2011, a APF afirma que:
• É necessário reforçar o acesso fácil e rápido à contracepção em todos
os serviços e sectores de prestação de cuidados de saúde
• É muito importante que se reforce o fornecimento gratuito dos métodos
contraceptivos e que estes continuam a ser comparticipados
• É necessário que os centros de saúde reforcem a sua acção de
planeamento familiar, removam quaisquer barreiras que dificultem o acesso à
contracepção (incluindo a contracepção de emergência) e evitem as rupturas no
fornecimento dos contraceptivos
• São necessários programas e serviços que cheguem aos grupos
socialmente mais vulneráveis, e aos jovens.
• É necessário que os profissionais de saúde ajam nas situações de
risco, de forma a transformá-las em oportunidades de aprendizagem e de uso
seguro de contracepção
• É necessário melhorar a educação sexual e contraceptiva de forma a
melhorar o uso da contracepção e permitir a cada pessoa, a cada casal, a
escolha informada do melhor método a usar.
A APF foi, em 1967, a organização pioneira da contracepção em Portugal.
A APF foi e vai continuar a ser uma voz activa pressionando o Estado a
ter políticas e serviços adequados, que garantam o direito à contracepção.
A APF foi e vai continuar a ser uma organização que estuda a situação
da contracepção em Portugal e propõe, se necessário, novas medidas e políticas
inovadoras.
A APF foi e vai continuar a ser um recurso em saúde, para as
comunidades e para os profissionais e serviços que nelas intervêm.
Lisboa, 26 de Setembro de 2011
A Direcção Nacional,
APF
FEDERADA NA IPPF (INTERNATIONAL PLANNED PARENTHOOD FEDERATION)
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