Cancro do pulmão mata mais homens e o do intestino mais mulheres
03/02/2011 at 8:10 pm Deixe um comentário
02-02-1011
O cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro nos homens portugueses, enquanto nas mulheres é o tumor do intestino. Em termos de aparecimento de novos casos, lideram os tumores da próstata e da mama.
Houve uma “inversão” entre a incidência (novos casos por ano) e a mortalidade. Nas mulheres o cancro da mama é o mais frequente, mas o que mais mata é o do intestino, disse à agência Lusa o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) a propósito do “Dia Mundial Contra o Cancro”, que se assinala na sexta-feira.
O mesmo se passa relativamente aos homens: o cancro do pulmão é o que mais mata, seguindo-se o do intestino e da próstata, mas em termos de incidência o da próstata ocupa a primeira posição, surgindo depois o do intestino, do pulmão e do estômago.
Até há alguns anos o cancro da mama era o que mais matava, mas agora caiu para o segundo lugar, “provavelmente na sequência de programas de rastreio e de uma detecção mais precoce”, justificou Carlos Oliveira.
Também o cancro do colo do útero, apesar de ainda ter incidência, “mata pouco” em Portugal, cerca de 300 mulheres por ano.
Prevenção e rastreio
Há alguns tumores impossíveis de prevenir, como os linfomas ou as leucemias, mas há outros, como o cancro do pulmão, que é possível evitar através da prevenção primária (como por exemplo deixar de fumar).
Depois existe a prevenção secundária assente nos rastreios: mamografia (cancro da mama), citologia (útero) e pesquisa de sangue oculto nas fezes, complementado ou não com uma colonoscopia, para o cancro cólon-retal.
Em termos de rastreio do cancro da mama, há uma cobertura quase total do país. Apenas o concelho de Lisboa e alguns concelhos do distrito de Setúbal não estão cobertos.
Quanto à cobertura do cancro do colo do útero, é total na zona Centro e no Alentejo. O Algarve tem tido algumas falhas, enquanto na região de Lisboa e Vale do Tejo, Setúbal e no Norte há programas a iniciarem-se, adiantou Carlos Oliveira.
Mortalidade aumentou 20% em 2010
Agora a “grande prioridade” é o rastreio ao cancro do intestino, que se estima ter causado, em 2010, 3.800 mortes e o aparecimento de 7.200 novos casos.
“Embora o Ministério da Saúde tenha já anunciado a necessidade de rastreio do cancro do colo-retal, ainda não está implementado, a não ser em alguns centros de saúde na zona Centro”, salientou.
O problema da prevenção é que é “muito complicada e obriga a estruturas organizativas extremamente dispendiosas”, salientou.
Em 2010, o cancro matou cerca de 30 mil pessoas em Portugal, um aumento de 20% relativamente a 2009, e deverá “dentro de cinco a seis anos” tornar-se na principal causa de morte no país, ultrapassando as doenças cardiovasculares.
Fonte : Jornal de Notícias
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