Posts filed under ‘Sexualidade’

Exposição: Saúde Sexual e Reprodutiva Ontem e Sempre, em Arraiolos

Exposição MDM

03/01/2013 at 11:09 am Deixe um comentário

Especialistas reúnem-se na Universidade de Aveiro para discutir a saúde sexual em Portugal

PDF Imprimir e-mail
Escrito por CienciaPT
09-FEB-2011

Francisco George e Júlio Machado Vaz entre os participantes

Com a participação de figuras de referência nas diversas áreas científicas que contribuem para o estudo da sexualidade, a Universidade de Aveiro acolhe, dia 25 de Fevereiro, as Jornadas da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Em debate estará o estado da Saúde Sexual em Portugal, através da avaliação da situação actual e da apresentação de propostas de intervenção com vista à sua promoção.

 

Especialistas reúnem-se na UA para discutir a saúde sexual em Portugal
A sessão de abertura, às 10h30, no anfiteatro C.2.22 – Departamento de Educação -, será presidida pelo Vice-reitor da UA, Prof. Joaquim da Costa Leite, e contará com a presença do Director Geral de Saúde, Dr. Francisco George, assim como dos professores da UA: António Moreira (Presidente do Conselho Directivo do Departamento de Educação), Carlos Fernandes da Silva (Director do Programa Doutoral em Psicologia), e Pedro Nobre (também Presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica).

Da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, com o apoio da Universidade de Aveiro, o programa desta iniciativa prossegue, às 11h00, com uma mesa sobre o Estado da Saúde Sexual. Serão apresentados estudos sobre a prevalência dos problemas sexuais em Portugal, discutido o estado das consultas públicas de sexologia do país e debatido o papel do serviço nacional de saúde neste domínio.

A moderar as intervenções da manhã estará o Dr. Francisco Allen Gomes. Esta mesa conta com a participação da chefe de divisão de Saúde Reprodutiva da Direcção Geral de Saúde (Dra. Lisa Vicente), do Prof. Doutor Nuno Monteiro Pereira e dos responsáveis das consultas de sexologia (Prof. Catarina Soares, Prof. Mário Lourenço, Prof. Rui Xavier Vieira, Dr. Graça Santos, Dr. Hugo Gandra, Dra. Zélia Figueiredo e Dra. Márcia Mota).

Ao princípio da tarde, estará em foco o estado da Educação e os Direitos Sexuais em Portugal. Esta mesa, que tem início às 14h30, será moderada pelo Prof. Júlio Machado Vaz e contará com a presença do Prof. Duarte Vilar (director executivo da Associação para o Planeamento da Família) e do Prof. Miguel Vale de Almeida (ex-deputado da Assembleia da República e especialista em direitos sexuais).
Para as 15h30 está marcado o arranque do debate sobre novas propostas de investigação/acção em Saúde Sexual. As intervenções da Prof. Ana Alexandra Carvalheira (vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica) e do Prof. Pedro Nobre (presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica) serão moderadas pelo Dr. José Pacheco. Nesta mesa será também discutida a Saúde Sexual das mulheres portuguesas e apresentada uma proposta de criação de um Observatório Nacional de Saúde Sexual.
O programa completo das jornadas está disponível em http://uaonline.ua.pt/upload/med/med_1712.pdf
Os interessados em participar nesta iniciativa devem consultar o site http://www.spsc.pt/ ou contactar o secretariado para formalizar a sua inscrições, pelo tel. 234 370 353 ou e-mail: de-sec@ua.pt (Dra. Maria da Conceição Nunes, Departamento de Educação da Universidade de Aveiro).

Fonte: CiênciaPtnet

15/02/2011 at 11:52 am Deixe um comentário

País – Mulheres portuguesas são as mais satisfeitas na Europa a nível sexual – RTP Noticias, Vídeo

Mulheres portuguesas são as mais satisfeitas na Europa a nível sexual – RTP Noticias, Vídeo

via País – Mulheres portuguesas são as mais satisfeitas na Europa a nível sexual – RTP Noticias, Vídeo.

11/02/2011 at 11:23 am Deixe um comentário

Conversas “Sexo… e então?!”

Este ciclo de conversas, organizado pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, reúne especialistas de diferentes áreas para debater temas actuais e nem sempre consensuais relacionados com a sexualidade humana.

Coordenação: Patrícia Pascoal (Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica)

Sábados | 16:30 Auditório Entrada livre

29 JAN | Sexo nos media

De que forma se trata a sexualidade nos media? O que vende? O que choca? Onde está o equilíbrio?

Sexualidade nos meios de comunicação com Marta Crawford (psicóloga clínica, Clínica do Homem e da Mulher)

Sexo e Publicidade com Jorge Teixeira (director criativo, http://www.excentric.pt)

26 FEV | Sexualidade no Estado Novo

Em que estado estava a sexualidade no Estado Novo? Como se educavam homens e mulheres para a sexualidade e conjugalidade?

Sexualidades no Estado Novo com José Pacheco (psicólogo clínico, Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão)

O género na filosofia conjugal dos anos 50 com Isabel Freire (jornalista)

26 MAR | Família e a orientação sexual

E quando um(a) jovem não é heterossexual? Que desafios encontra dentro e fora de casa? As famílias também saem do armário?

O papel das organizações com a Associação Amplos – Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género e rede ex aequo – Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes

A importância política da visibilidade com Miguel Vale de Almeida (antropólogo, ISCTE-IUL)

30 ABR | O abuso sexual

Que tipos de abuso sexual existem? Quem são as vítimas? Quais os efeitos? Que papel temos todos nós?

Abuso Sexual- Entre vítimas e agressores com Jorge Cardoso (psicólogo clínico, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz)

Abuso sexual de rapazes com Afonso de Albuquerque (médico psiquiatra)

28 MAIO | Novos casais

Há diferentes rotas para o encontro amoroso? E quando o corpo é apenas uma imagem, uma ideia, uma descrição? Que desafios encontram os casais que não partilham narrativas comuns, experiências de vida semelhantes, e que por vezes falam em línguas diferentes?

Paixões virtuais, amores verdadeiros? com Nuno Nodin (psicólogo, Instituto Piaget – Almada)

Casais biculturais com Wolfgang Lind (psicólogo clínico, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa)

18 JUN | Educação sexual

Porquê a educação sexual em meio escolar? Feita por quem, com que directrizes e formação? Que papel está reservado aos pais e professores?

Prevenção e Promoção na Saúde Sexual com Maria João Alvarez (psicóloga, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa) e Alexandra Marques Pinto (psicóloga, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa)

Educação Sexual em Meio Escolar com Duarte Vilar (sociólogo, Associação para o Planeamento da Família)

23 JUL | Investigação laboratorial em sexualidade humana

O que se faz num laboratório que estuda a sexualidade humana? Que instrumentos se usam? O que podemos saber?

Investigação em sexualidade humana… e então? com Pedro Nobre (psicólogo, SEXLAB – Unidade Laboratorial de Investigação em Sexualidade Humana)

Investigação sexual no feminino: funcionamento e/ou satisfação? com Sandra Vilarinho (psicóloga, SEXLAB – Unidade Laboratorial de Investigação em Sexualidade Humana)

Fonte: Pavilhão do Conhecimento

06/01/2011 at 5:38 pm Deixe um comentário

O sexo dos universitários portugueses

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/estudo-ultimas-sexo-tvi24-universidade/1217970-4071.html

15/12/2010 at 2:02 pm Deixe um comentário

Évora – Gabinete de Saúde Juvenil

 
 

Évora – Gabinete de Saúde Juvenil

Rua da República, 119, Évora ( no IPJ, a 100 metros da Praça do Giraldo) 

Tel: 266 737 300

Fax: 266 737 329

E-mail: geral@juventude.gov.pt

Serviços disponíveis:

Planeamento Familiar

3ª Feira, das 15:00 às 19:00

 Apoio Enfermagem: (Planeamento Familiar)

3ª Feira, das 15:00 às 19:00

 CAD – Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce da Infecção VIH/SIDA

Apoio Psicológico

4ª Feira, das 14:00 às 18:00 

 Nutrição

2ª Feira, das 14:00 às 18:00 | 3ª Feira, das 10:00 às 13:00

4ª Feira, das 10:00 às 13:00 | 5ª Feira, das 10:00 às 13:00

 Consumos Nocivos de Substâncias

5ª Feira, das 14:00 às 18:00 (quinzenalmente)

Técnicos:

1 Médico

1 Enfermeiro

2 Psicólogos

1 Nutricionista

 

03/11/2010 at 11:44 am Deixe um comentário

A sexualidade em linha – A Linha Telefónica de Ajuda – SEXUALIDADE EM LINHA – 808 222 003, privilegia a informação, esclarecimento, orientação e encaminhamento na área da Saúde Sexual e Reprodutiva.

 

A Linha Telefónica de Ajuda – SEXUALIDADE EM LINHA – 808 222 003, privilegia a informação, esclarecimento, orientação e encaminhamento na área da Saúde Sexual e Reprodutiva.

Este serviço foi previsto em 19 de Março de 1998,  em Portaria n.º 370 A/98 (2ª série), e nasceu de um protocolo celebrado a 01 de Junho de 1998, entre o Instituto Português da Juventude, I.P. (IPJ) e a Associação para o Planeamento da Família (APF), numa tentativa de minimizar as lacunas existentes ao nível da Sexualidade Juvenil.


Video do YouTube

 

TopoServiços e valências

A Sexualidade em Linha é um serviço técnico, anónimo e confidencial, para o qual podes ligar sempre que sentires necessidade de tirar uma dúvida e/ou de esclarecer alguma informação na área da Saúde Sexual e Reprodutiva.  

Nesta Linha vais encontrar uma equipa técnica constituída por psicólogas, com formação específica na área da Saúde Sexual e Reprodutiva, que assegura um atendimento claro, rigoroso e imparcial, sem fazer juízos de valor.  

Pretende-se acima de tudo escutar, informar, esclarecer dúvidas, ajudar na clarificação do problema discutindo sempre contigo alternativas para a sua resolução e possíveis formas de agir, minimizando assim as tuas angústias. Atendendo às suas características específicas, nomeadamente o ser imediato, acessível e anónimo, a linha telefónica de ajuda constitui um importante meio de comunicação, permitindo estabelecer o diálogo e fazer a ponte entre quem telefona e as diversas instituições.  

Este serviço técnico pode ajudar-te: ouvindo-te, informando-te, orientando-te, esclarecendo-te e encaminhando-te sempre que necessário.

Contacto

Se tens dúvidas na área da Saúde Sexual e Reprodutiva, liga para o número 808 222 003.

Horário de Atendimento

Segunda a Sexta-feira das 10:00 às 19:00 e ao Sábado das 10:00 às 17:00.

03/11/2010 at 11:37 am Deixe um comentário

Medicamentos à medida de todos os clientes (mesmo que não estejam doentes)

 

Jornalista investigou truques usados pela indústria farmacêutica para lucrar

18.10.2010 – 12:22 Por Clara Barata

O seu desejo de fazer sexo é normal? Menos que o normal? Hum, o que será o normal? Seja lá o que for, acha que está abaixo do normal? Haverá algo de errado consigo? Talvez tenha uma doença… Talvez haja um comprimido que a faça sentir-se melhor, que a faça ter uma performance sexual sempre satisfatória – como o Viagra faz com os homens.
A depressão tem sido "vendida" como um problema cada vez mais ligeiro, para que mais pessoas tomem mais depressivos, diz Ray Moynihan A depressão tem sido “vendida” como um problema cada vez mais ligeiro, para que mais pessoas tomem mais depressivos, diz Ray Moynihan (Pedro Cunha)

 

Há empresas farmacêuticas interessadas em criar uma espécie de “Viagra cor-de-rosa”, um comprimidinho mágico. Serviria para tratar uma doença de que muitas mulheres hipoteticamente sofreriam, a disfunção sexual feminina – mas esta provavelmente não existe, pelo menos nos termos em que está a ser construída pela indústria farmacêutica. Este é talvez o caso mais escandaloso dos “vendilhões da ciência”, aquilo a que em inglês se chama “disease mongering” ou vender doenças, traficar doenças, e que o jornalista australiano Ray Moynihan, que o P2 entrevistou recentemente, se dedica a investigar desde 1995. Um trabalho que lhe tem granjeado o reconhecimento da comunidade científica.

O Viagra soluciona um problema físico – uma questão de hidráulica, digamos assim, pois aumenta o fluxo de sangue para o pénis. Nas mulheres, não há nada de equivalente. É o desejo, ou a falta de desejo, que teria de ser tratada, se a indústria farmacêutica conseguisse de facto melhorar a vida sexual das mulheres com um medicamento.

A dificuldade em cumprir tal tarefa levou a empresa farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim a renunciar a desenvolver o “viagra feminino” – aconteceu há dias, e já depois desta conversa de Moynihan com o P2, em Lisboa. A decisão da Boehringer Ingelheim foi anunciada após uma opinião negativa emitida pela FDA, a agência norte-americana que regula os medicamentos e os alimentos, sobre a molécula flibanserina, um antidepressivo com o qual esperava estimular também a libido das mulheres. Tonturas, náusea e fadiga são alguns dos efeitos secundários da flibanserina, que a FDA considerou que não eram compensados pela eficácia deste medicamento.

Mas duas outras empresas estão a estudar comprimidos à base de testosterona para o mesmo fim. Por isso, a tarefa de conseguir diagnosticar uma doença que nunca foi diagnosticada – ou construir uma doença, diz Moynihan no seu último e recente livro, Sex, Lies And Pharmaceuticals: How Drug Companies Plan To Profit From Female Sexual Dysfunction (Sexo, mentiras e medicamentos: como as empresas farmacêuticas estão a planear lucrar com a disfunção sexual feminina) – e encontrar um tratamento para ela continua.

“Construir é a palavra certa”, disse Moynihan, na Ordem dos Médicos, em Lisboa, onde orientou um workshop sobre disease mongering, dias antes de fazer o mesmo na Universidade do Algarve. “Costumam perguntar-me se as farmacêuticas inventaram esta doença. Não. Inventar significa que a criaram a partir do nada; o que estão a fazer é a ajudar a construí-la”, explica.

Desde 2003 que investiga as tentativas da indústria farmacêutica de diagnosticar e oferecer um tratamento para as mulheres que não conseguem desfrutar plenamente do sexo. “Nunca investiguei nenhum caso tão profundamente como este. Fiquei chocado com o que descobri.”

Marketing = ciência?

Com a ajuda consciente ou inconsciente de médicos e cientistas, várias empresas farmacêuticas competem para construir esta nova doença e oferecer um produto para a tratar. “Um dos tijolos dessa construção é criar parâmetros para definir a doença: quando estão a ser desenvolvidas definições em conferências internacionais, há sempre cientistas e especialistas de marketing das farmacêuticas na mesma sala”, conta.

Outro bloco de construção são os inquéritos para tentar determinar quão comum pode ser esta desordem – uma vez que não existem análises ao sangue ou radiografias que determinem os motivos da falta de desejo sexual. Estes estudos esbarram na delimitação de fronteiras entre o normal e o excepcional. Um inquérito feito nos Estados Unidos “chegou a mostrar que a disfunção sexual feminina pode ser comum a 43 por cento das mulheres!”, contou.

Os exemplos sucedem-se, como as cerejas: até a publicação de investigação científica – o padrão-ouro de credibilidade da ciência – fica comprometido, pois são criadas revistas de especialidades dirigidas por cientistas ligados a farmacêuticas. “Estamos a assistir uma assustadora aglutinação de marketing e ciência. E quando se tiverem fundido, será muito difícil saber o que é marketing e o que é ciência”, diz Ray Moynihan. Pré-doentes

Este caso está em andamento e a ganhar velocidade, como um comboio numa descida. Pode dizer-se que alguém há-de puxar o travão, que o bom senso há-de prevalecer. Só que os vendilhões de doenças já várias vezes nos assustaram o suficiente com a sua propaganda para fazer com que a política de saúde das nações se alterasse, diz Moynihan, que é editor convidado da revista médica British Medical Journal e tem uma posição honorária na Universidade de Newcastle, na Austrália.

Este conceito do “disease mongering”, do tráfico de doenças, “é uma maneira de falar sobre como os limites do que é a doença estão a ser alargados”, explica.

Por exemplo, há 20 anos considerava-se que as pessoas que tinham uma tensão arterial sistólica de 120-139 e diastólica de 80/84 tinham tensão normal. Desde que os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA reviram as suas recomendações, em 2003, passaram a ser considerados pré-hipertensos, susceptíveis de serem medicados.

A diabetes é outro caso de uma doença comum, que foi ainda mais massificada a partir de 1997, quando a Associação Americana de Diabetes baixou de 140 para 126 miligramas de glucose por litro de sangue (em jejum) o limite mínimo para diagnosticar a doença. Até 2003, eram consideradas pré-diabéticas (e susceptíveis de tomar medicamentos) as pessoas que tivessem entre 126 e 110 miligramas; a partir desse ano, o limite baixou para o redondo 100.

“Vemos que há um padrão, que isto está a acontecer com várias doenças, e é cada vez mais frequente. Há cada vez mais pessoas a serem descritas como doentes. O que está em jogo é alargar as definições da doença para vender sempre mais testes de diagnóstico e tratamentos”, diz Moynihan.

Idealmente, para as empresas farmacêuticas, não estaríamos nunca saudáveis, apenas prestes a ficar doentes. “Como escrevi em 2005, em Selling Sickness (Vendendo Doenças), as farmacêuticas vêem as pessoas saudáveis como o mercado que vale mesmo a pena. Se descobrirem que, de alguma maneira, estas pessoas estão doentes e precisam de um medicamento, atingem o alvo.”

E continua: “Se uma mulher saudável tem um certo risco de sofrer fracturas daqui a 20 anos, dizem-lhe que sofre de uma doença silenciosa, que tem pré-osteoporose. Com a descida dos níveis de alerta para a hipertensão, o colesterol e a diabetes do tipo 2 vemos algo semelhante. Não são realmente doenças, são factores de risco para doenças futuras.” Resumindo: transformámos sinais de alerta em doença, que tem de começar a ser tratada anos mais cedo. Ainda saudáveis, transformámo-nos em doentes.

Obcecados pelos números

Mas então as mensagens com que somos bombardeados – vigie a hipertensão, não coma sal, gordura e açúcar, controle a diabetes, mantenha o colesterol baixo – são exageradas? São manipulações das multinacionais farmacêuticas?

“Há muitas mensagens de saúde pública positivas – precisamos de fazer mais exercício, ter uma vida mais saudável. Mas nos sistemas de saúde há uma ênfase maior na medicina curativa do que na prevenção. Além disso, há cada vez mais provas de que os factores ambientais e sociais das doenças são muito, muito importantes e que é preciso tentar compreendê-los e mudá-los, em vez de arremeter contra factores micro, como os níveis de colesterol”, diz Ray Moynihan.

“Tornámo-nos obcecados com os níveis destas coisas no sangue, distraímo-nos das nossas vidas com estes números, da tensão, da densidade dos ossos.” Preferimos tomar um comprimido em vez de fazer exercício, enfrentar os problemas que causam stress e fazem subir a tensão.”Há uma grande procura do público. As pessoas gostam de ver as complexidades da vida reduzidas a um problema médico. A deusa grega da cura chamava-se Panaceia e alguns de nós adoramo-la”, reconhece. “Isto são questões filosóficas e culturais, relacionadas com a nossa cultura, a nossa economia, o consumismo, o poder dos media e da publicidade. Mas há coisas práticas que têm de ser mencionadas, como a proximidade dos médicos e das empresas farmacêuticas”, sublinha Moynihan.

“Esta proximidade suspeita prejudica a reputação dos médicos e a saúde da população, porque o aconselhamento que estamos a receber dos nossos médicos é contaminado, sabotado pelo financiamento da indústria”, diz.

E não são só os médicos: “As relações demasiado próximas entre a indústria e os grupos de pressão e associações de doentes são outra parte do problema, bem como as relações entre os jornalistas e as farmacêuticas, pois a educação dos jornalistas é deixada a cargo das empresas.”

Mudar as cabeças

Não são só os almoços grátis, as canetas, as prendas, pequenas e grandes. “Isto não quer dizer que um médico que aceite um almoço seja corrupto – não. Embora haja muitas provas de que os médicos, quando se expõem aos efeitos do marketing, acabam mesmo por ser influenciados”, diz. “Mas o marketing pode agir de muitas maneiras, e uma delas é a forma como pensamos acerca da doença.”

A depressão, por exemplo, tem sido “vendida” como um problema cada vez mais ligeiro, para que cada vez mais pessoas possam tomar antidepressivos da geração Prozac em diante. “Vimos isto acontecer também com a menopausa, que foi vendida como uma doença de falta de estrogénio – porque assim as farmacêuticas podem vender o estrogénio que nos vai pôr bem.”

O excesso – de consumo de medicamentos, de sintomas e factores de riscos diagnosticados como doenças – começa talvez a criar desconfianças, a mudar-nos mais uma vez as cabeças. “Não tenho dados, mas acho a pandemia de gripe H1N1, no ano passado, aumentou o nível de cepticismo entre a população e os médicos. Todos estão um pouco mais cépticos sobre o perigo dos vendilhões de doenças”, diz Ray Moynihan.

“Receio que os interesses velados possam ter desempenhado um papel importante. Vimos governos em todo o mundo a tentar justificar as suas acções para comprar vacinas e antivirais e as pessoas comuns a dizer que não queriam arriscar os perigos de tomar esses medicamentos. As pessoas sentem que muitas vezes lhes estão a vender medo para sustentar a ganância de outros.”

E ainda acredita nos médicos, e na medicina, Ray? “Acredito absolutamente no valor da medicina, na minha vida pessoal e profissional”, garante. “Os medicamentos podem salvar vidas, prolongá-las. O marketing é que pode ser venenoso.”

Fonte: Público

19/10/2010 at 10:24 am Deixe um comentário

CANCRO DA MAMA E SEXUALIDADE

Ao receber o diagnóstico de cancro da mama, uma doença que pode ser mortal, é natural que a mulher se concentre mais nas estratégias para fazer face à doença do que no impacto que esta terá noutras áreas da vida, como a sexualidade. Mas a verdade é que há questões que merecem ser abordadas, já que o que está em causa é a possibilidade de surgirem alterações profundas na sexualidade, quer durante o tratamento, quer após a cura.

Para algumas mulheres a vida sexual passa para o fim da lista de prioridades, pelo que, mesmo que haja necessidade de promover a intimidade conjugal, isso pode não passar pela sexualidade; mas para outras a manutenção de uma vida sexual regular dá-lhes maior sensação de controlo e “normalidade” durante o tratamento.

Independentemente das características de cada mulher, é possível falar de três tipos de alterações:
• Dor (na zona genital ou noutras partes do corpo).
• Ansiedade e receio da intimidade.
• Impossibilidade de continuar a vida sexual devido à preocupação com a doença.

Como os tratamentos para o cancro da mama podem ser dolorosos, é natural que a mulher possa não ter energia ou disposição para investir na sexualidade. Neste caso, os analgésicos constituem um recurso importante, ainda que a ideia de os tomar antes de cada relação sexual possa condicionar a espontaneidade e o desejo. Outra estratégia para contornar as dores resultantes da cirurgia ou da radioterapia consiste na leitura – a dois – do Kamasutra. Com criatividade, o casal pode manter a sua vida sexual activa, evitando posições que possam agravar a dor física.

A quimioterapia e a radioterapia também são responsáveis pela sensação quase permanente de fadiga. Importa que a mulher seja capaz de reconhecer os seus actuais limites físicos e que coloque de parte toda a pressão. Mesmo que antigamente estivesse habituada a investir energicamente nesta área da conjugalidade, agora é preciso abrandar e, se necessário, reduzir a actividade sexual sem culpas. À medida que o tratamento vai evoluindo, os níveis de energia voltam ao normal e, consequentemente, a sexualidade também.

Nalguns casos estes tratamentos podem favorecer o aparecimento de sintomas da menopausa – cansaço, alterações de humor, perda da elasticidade e secura vaginal. Estes sintomas variam de pessoa para pessoa e podem ser temporários ou permanentes. No caso de uma mulher jovem, é natural que haja maiores constrangimentos resultantes do aparecimento destes sintomas, ainda mais porque as mulheres com cancro da mama não podem recorrer à terapêutica hormonal de substituição. Hoje sabe-se que muitas mulheres optam por enfrentar a severidade destes sintomas recorrendo a artigos à venda em “sex shops”, nomeadamente lubrificantes, vibradores e dildos.

Como se sabe, a auto-imagem condiciona a satisfação conjugal. Ora, a experiência de um cancro da mama pode deixar marcas visíveis (temporárias ou permanentes), que vão desde a perda de cabelo e alterações no peso até às cicatrizes da(s) cirurgia(s) e remoção da(s) mama(s). Algumas mulheres pura e simplesmente evitam qualquer tipo de exposição do seu corpo perante o cônjuge – deitam-se sistematicamente mais cedo para que o marido não as veja enquanto tiram a roupa ou cobrem-se totalmente. Outras optam por esconder determinadas partes do corpo. De um modo geral, assumem que o companheiro sentirá repulsa pelo seu corpo. Mas os estudos com esta população mostram que a partilha destes medos e fragilidades acarreta mais vantagens do que desvantagens. Quanto mais honesto for o diálogo sobre estas inseguranças, maior será a probabilidade de o marido ser capaz de ir ao encontro das necessidades da mulher. Quando o casal não é capaz de falar sobre estas matérias, vale a pena considerar a hipótese de se recorrer à ajuda psicológica.

Para a generalidade das mulheres a reconstrução mamária constitui uma alavanca importante para recuperar a auto-estima e o desejo sexual.

No que diz respeito à ansiedade, ela é absolutamente comum entre mulheres com cancro da mama. É expectável que haja receio de que o cônjuge deixe de se sentir atraído ou que a preocupação com os tratamentos condicione o próprio desejo. Mesmo que a mulher não se sinta totalmente à vontade para partilhar os seus sentimentos com o marido, pode ser benéfico partilhá-los com um amigo ou até com um psicólogo. De facto, a abordagem do assunto com alguém “de fora” pode ser mais fácil.

Como nalguns casos pode surgir uma depressão, é importante estar atenta e pedir ajuda especializada. Claro que a depressão não condiciona apenas a sexualidade, pelo que importa que os sintomas associados aos tratamentos não sejam confundidos com os desta perturbação e que a resposta seja célere e eficaz.

É importante que a mulher evite fazer comparações com outros períodos da sua vida, já que isso só aumentará o desgaste e a frustração. Compete ao casal adaptar-se às novas circunstâncias e reinventar a sua sexualidade – através do diálogo claro e honesto e do recurso à ajuda especializada, se necessário. Importa lembrar que é preciso tempo para esta adaptação. À medida que o tempo passa, muitas mulheres assumem que a doença lhes trouxe um maior conhecimento acerca da sua própria sexualidade.

Drª Claudia Morais

28/07/2010 at 1:35 pm Deixe um comentário


NOVO! Projeto Criar Mundos de Igualdade Agir e Convergir para Mudar

Fotos do Projecto Saúde da Mulher - Construir a Igualdade

Objectivos do Projecto

Informar e sensibilizar a opinião pública, junto de organizações de mulheres, orgãos de comunicação social e demais entidades da sociedade civil, sobre aspectos da saúde da mulher.

Divulgação de informações sobre aspectos de saúde sexual e reprodutiva da mulher.

Promoção de uma sexualidade saudável e responsável.

Promover os direitos da mulher grávida (maternidade e paternidade).

Combater a violência sexual baseada em questões de género.

Promoção de cuidados perinatais.

Promoção da educação sexual.

MDM Évora

Exposições do Movimento Democrático de Mulheres disponíveis para empréstimo

https://mdmevora.files.wordpress.com/2012/11/exposic3a7c3b5es-do-movimento-democrc3a1tico-de-mulheres-disponc3adveis-para-emprc3a9stimos.pdf

Mapa de Évora – Apoio a vítimas de Violência Doméstica e locais onde apresentar queixa

Mapa de Arraiolos – Apoio a vítimas de Violência Doméstica e locais onde apresentar queixa

Mapa de Montemor-o-Novo – Apoio a vítimas de Violência Doméstica e locais onde apresentar queixa

Número Verde

Linha SOS IMIGRANTE

DVD – “De mãos dadas com o medo”

 Filme que aborda questões relacionadas com a violência no namoro e que foi realizado no âmbito do projecto “Participar, Partilhar a Igualdade”, que  foi premiado, em 2007, no âmbito do Ano Europeu da Igualdade, como o melhor trabalho nesta área realizado no Distrito de Aveiro

Linha Cancro

Sexualidade em Linha

Rastreio do cancro do colo do útero no Alentejo

Linha Sida

São objectivos gerais da Coordenação Nacional da Infecção VIH/SIDA:

Saúde 24

A Linha Saúde 24 é uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa responder às necessidades manifestadas pelos cidadãos em matéria de saúde, contribuindo para ampliar e melhorar a acessibilidade aos serviços e racionalizar a utilização dos recursos existentes através do encaminhamento dos Utentes para as instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde mais adequadas.

Financiamento

Saúde da Mulher – Mês a Mês

Maio 2024
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Enter your email address to subscribe to this blog and receive notifications of new posts by email.

Junte-se a 8 outros subscritores

Facebook do Projecto Saúde da Mulher -Construir a Igualdade